É imprescindível que as minas compreendam a sujeição ao risco geotécnico e, dessa maneira, delimitar seus investimentos.
O desenvolvimento de critérios de risco permite identificar os itens (operacionais, técnicos, financeiros, sociais, legais, ambientais) contra os quais o risco geotécnico deve ser avaliado. Em uma mina, os riscos geotécnicos são principalmente riscos econômicos e de segurança.
Conforme publicado aqui anteriormente, é de extrema relevância gerir esses riscos. Os critérios de aceitabilidade para tais são variáveis. Já os critérios de risco econômico podem ser baseados nos resultados das análises de risco-retorno ou custo-benefício realizadas em cada estágio do projeto.
A Figura 1, de Whitman (1984), mostra que o “custo de uma vida” foi igualado a um milhão de dólares sem nenhuma emoção ou discussão adicional. Para a época, isso era considerado adequado. Por outro lado, hoje não atribuímos um custo à vida, mas olhamos para despesas de capital aceitas em vários países para salvar a vida de um cidadão potencialmente exposto a perigos para encontrar um “valor limite”.
Assim, as curvas de risco toleráveis (como a expressa na Figura 2) são sempre específicas do projeto e do proprietário e indicam o nível de risco que foi considerado aceitável para um projeto ou operação específica (possivelmente levando em consideração, inclusive, a opinião pública). Isso significa, por exemplo, que dentro de grandes empresas a tolerância ao risco corporativo pode diferir substancialmente de uma operação para outra.
Outro ponto essencial de tolerância ao risco está associado à saúde financeira de uma organização. No caso de algumas indústrias isso se traduz em função do tempo. Na indústria de mineração, por exemplo, à medida que as reservas de minério se esgotam, a tolerância diminui porque a empresa tem menos reserva para proteger um problema, visto que a margem de segurança operacional diminui com o decorrer do tempo. Tal situação é claramente demonstrada na Figura 3.