Níveis de Controle para Instrumentação de Estruturas Geotécnicas

Os Níveis de Controle auxiliam na tomada de decisão e indicam meios de agir em situação de risco à segurança de estruturas

A definição de níveis de controle da instrumentação instalada em estruturas geotécnicas orienta na definição do grau de perigo em situações de emergência.

Usualmente, os níveis de controle para a instrumentação são estabelecidos a partir da associação entre os fatores de segurança, obtidos em análises de estabilidade de taludes por equilíbrio limite, com as correspondentes leituras dos instrumentos. Logo, para o sucesso de um plano de monitoramento faz-se necessário o correto acompanhamento dos registros de instrumentação, a fim de avaliar o desempenho da estrutura e garantir sua segurança.

Geralmente, a situação crítica não é uma condição que se instala de um dia para o outro. Os processos que alteram a posição do nível d’água no interior dos maciços e causam deformações na estrutura, na maioria das vezes, se desenvolvem com o tempo. Daí a importância das inspeções visuais periódicas e da coleta e interpretação continua, ininterrupta e criteriosa dos dados da instrumentação, para permitir a identificação precoce de problemas potenciais e a execução de ações mitigadoras quando necessário.

Salienta-se que os níveis de controle para a instrumentação são estabelecidos para cada instrumento instalado, sendo que uma leitura do nível de emergência em uma seção pode não significar que toda a estrutura e todas as seções estejam em nível de emergência. Porém, tal leitura deve ser prontamente avaliada/interpretada a fim de manter a segurança em nível adequado.

Assim os níveis de segurança da estrutura serão estabelecidos para quatro níveis, que serão definidos conforme as premissas de projeto. Desta forma, uma Carta de Riscos deve estabelecer níveis de segurança que orientam na definição do grau de perigo em situações de emergência, auxiliando nas tomadas de decisão e indicando os passos a serem seguidos após a identificação de uma situação que possa colocar em risco a segurança da barragem.

Logo, a Tabela 1 apresenta as faixas de variação dos fatores de segurança e condições consideradas para cada nível de controle.

A definição dos níveis de controle será baseada no critério de Fator de Segurança (FS), que é usualmente empregado em Cartas de Riscos. Estes níveis de controle poderão ser correlacionados às situações de emergência estabelecidas pela Resolução ANM no 95, sendo elas:

⦁ Nível de Emergência 1 (NE1);
⦁ Nível de Emergência 2 (NE2);
⦁ Nível de Emergência 3 (NE3).

Para os INA’a e piezômetros, a determinação dos níveis de controle é feita através de análises de estabilidade e de percolação, onde são simuladas diferentes elevações do nível de água no interior do maciço de forma a se obter os FS. Logo, a elevação do nível de água no interior do maciço e consequente redução do FS simula, por exemplo, uma condição em que a condição de permeabilidade da estrutura apresenta alguma anomalia que compromete seu funcionamento.

A metodologia utilizada consiste na modelagem e realização de análises de percolação e estabilidade, buscando representar diferentes cenários de elevação da linha freática, de forma a se obter os níveis de controle de cada um dos instrumentos, e em seguida associá-los às condições de operação da barragem para cada uma das seções instrumentadas.

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