Considerações sobre Modelo Geomecânico Tridimensional

Qual seria a precisão necessária para considerar um Modelo Geomecânico Tridimensional válido?

Quando falamos em “Modelo”, dizemos que procuramos representar algo com a maior assertividade possível, seja um Modelo Geológico, Modelo de Blocos, Modelo Estrutural ou um Modelo Geomecânico. Seja qual foi a área de atuação, muitos já devem ter lido a famosa frase publicada pelo estatístico Inglês George Box (Journal of the American Statistical Association, 1976) em que ele diz: “Todos os modelos estão errados, mas alguns são úteis.”

De fato, qualquer seja o modelo, falamos de uma tentativa de representar a realidade onde todas as variáveis importam. Mas qual a precisão necessária para considerar um modelo válido? Quais informações precisamos imputar? Para responder a esses questionamentos precisamos entender qual produto queremos gerar.

De certo, é preciso de confiabilidade nos dados obtidos, seja qual for o modelo construído.

O Modelo Geomecânico pode ser gerado por meio da classificação geomecânica do maciço rochoso obtido a partir dos dados levantados no mapeamento e descrição de furos geotécnicos.

Para a classificação geomecânica do maciço em uma Cava, pode-se utilizar os critérios de Bieniawski (1989) e Barton et al. (1974), por exemplo.

A caracterização geomecânica de uma Cava tem como objetivo conhecer as classes de maciços presentes nas áreas estudadas, bem como determinar suas ocorrências e espessuras. Para os diferentes materiais ocorrentes na área de estudo, são avaliadas as propriedades de resistência, intemperismo e grau de fraturamento, assim como as características das descontinuidades.

Os sistemas de classificação de maciços rochosos tiveram sua origem em 1879, quando Ritter (1879) desenvolveu uma abordagem empírica para o projeto de túneis buscando descobrir os requisitos de suporte (Hoek, 2007). Desde então, esses sistemas vêm se desenvolvendo e sendo aprimorados. A maioria dos sistemas de classificação multiparâmetros (Barton et al., 1974; Bieniawski, 1968; Bieniawski, 1973, 1989; Wickham, 1972) foi desenvolvida a partir de históricos de casos de engenharia civil (Hoek, 2007 apud Abbas 2015).

Os principais sistemas de classificação de maciços rochosos que são frequentemente usados na Mecânica das Rochas para auxiliar nos mais diversos projetos de estruturas subterrâneas e Minas a Céu aberto são os sistemas RMR, Q e GSI (Abbas 2015).

Os principais sistemas de classificação podem ser observados na Tabela 1.

Após a construção de modelos tridimensionais que representem as características geológicas, geomecânicas e estruturais do maciço rochoso, deve-se buscar uma atualização constante, visando manter a qualidade do produto gerado, minimizando os riscos ao negócio. Através do Modelo Geomecânico (integrado ao Geológico), é possível avaliar as geometrias e simular diferentes cenários de escavação com muito mais rapidez e qualidade.

A Figura 1 apresenta um exemplo de Modelo Geomecânico.