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A barragem Guilherme Pontes, localizada no sítio Estivas, na zona rural do município de Sairé (PE), região Agreste do estado, se rompeu por volta das 16 h de ontem ao receber grande volume de água da chuva, que vem ocorrendo na região desde a madrugada. A estrutura fazia represamento do curso do rio Sirinhaém, que teve o volume aumentado com as chuvas. Após o rompimento da barragem, a água invadiu parte de Sairé, além de parte dos municípios de Barra de Guabiraba (PE) e Cortês (PE), que estão localizados no fluxo do rio.
As Defesas Civis dos municípios ainda contabilizam o número de pessoas que estão sendo retiradas das áreas ribeirinhas. Não há informações sobre feridos ou vítimas fatais atingidas pelo alagamento. Os municípios de Gameleira (PE) e Ribeirão (PE), na Zona da Mata do estado, onde o rio Sirinhaém passa, estão em alerta.
O governo de Pernambuco informou que a barragem é particular e não foi cadastrada pelo empreendedor. O reservatório foi construído em terra com cerca de 8 metros de altura, 120 metros de comprimento e acumulação de 350 mil metros cúbicos de água. Segundo a prefeitura de Sairé, a barragem tinha 20 anos de construção.
A APAC (Agência Pernambucana de Águas e Clima) informou que Sairé registrou um volume acumulado de chuvas de 112 mm nas últimas 48 horas, correspondente a 100% do volume total esperado para o mês de junho. A previsão do tempo para a região Agreste amanhã é de “tempo parcialmente nublado com pancadas de chuva de forma isolada no período da tarde e noite com intensidade fraca a moderada”, informa.
O prefeito de Sairé, Fernando Pergentino, gravou um vídeo em um trecho do transbordo do rio Sirinhaém e afirmou que nunca viu volume de água no manancial. “Devido à quantidade de chuva ela [a barragem] sangrou por cima do paredão, mas teve o rompimento com o volume muito grande. Essa quantidade de água nunca foi vista em Sairé”, relata o prefeito.
Pergentino disse ainda que “a prefeitura tem tomado precauções para alertar os moradores ribeirinhos e também alerta as cidades vizinhas de Barra de Guabiraba”, onde o grande volume de água deve chegar.
Moradores relataram que as estradas da zona rural estão danificadas, principalmente a do sítio Tabocas. “Estamos sem ter como sair numa emergência, pois as chuvas muito fortes acabaram as estradas. Aqui no sítio Tabocas estamos todos apreensivos, aguardando uma posição da prefeitura”, disse a agricultora Maria Fernanda da Silva.
Pela manhã, a prefeitura de Barra de Guabiraba já estava em alerta para o possível rompimento da barragem. Em uma publicação nas redes sociais, a prefeitura afirmou que a Defesa Civil estava em alerta pelo volume de chuva ocorrido em Barra de Guabiraba, mas que a “há informações de risco de rompimento de barragem em outro município, que pode vir a agravar a nossa situação”.
“A Defesa Civil solicita aos moradores das áreas ribeirinhas que retirem seus pertences de suas residências, e sigam para a casa de parentes ou amigos, em áreas afastadas do rio. Após rompimentos de barragem o município de Sairé, a situação pode se agravar”, informou a prefeitura de Barra de Guabiraba.
A prefeitura de Cortês também usou as redes sociais para alertar os moradores sobre a enchente do rio Sirinhaém poderia atingir o município, após o rompimento da barragem em Sairé. “Pedimos a toda população que fiquem em estado de alerta devido as fortes chuvas que caíram nas últimas 24h. Houve um rompimento de uma barragem no município de Sairé e um grande volume de água e lama está descendo no rio Sirinhaém e chegará em nosso município no início da noite”, alertou.
A Defesa Civil de Pernambuco informou que está monitorando “todos os municípios que foram atingidos com os maiores volumes de chuvas nas últimas 24 horas.” “Na central de atendimento, houve o registro de alagamentos em diversas cidades do Agreste e Zona da Mata, sendo que no município de Rio Formoso foram registrados 10 deslizamentos de barreiras e oito famílias desalojadas, nos demais municípios, até o momento, não houve o registro de vítimas.”
O governo de Pernambuco informou que equipes técnicas visitarão amanhã os principais municípios atingidos com os Grupos de Apoio a Desastres para verificar in loco a situação de cada um e orientar as Defesas Civis Municipais “na atuação de recuperação e resposta aos danos causados pelas chuvas.”
Fonte: UOL
