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O Monitoramento Geotécnico significa observar em determinado período se as condições de estruturas estão dentro de padrões pré estabelecidos
Monitoramento Geotécnico significa acompanhar o desempenho de um objeto, equipamento ou construção ao longo do tempo, de forma a possibilitar a identificação de possíveis problemas antes que eles se concretizem.
Por isso, toda estrutura de engenharia deve ser monitorada. Desde os fios de eletricidade de sua casa aos cabos de alimentação de uma subestação, das estruturas de uma ponte ou viaduto às estruturas de edifícios, absolutamente todas as estruturas de engenharia devem ser devidamente acompanhadas.
No entanto, o acompanhamento deve ser feito de forma a se avaliar as variações de performance ao longo do tempo identificando se a condição é aceitável ou não aos padrões especificados inicialmente, as condicionantes do projeto e os possíveis modos de falha.
Por isso, independente da fase da estrutura (fase construtiva, operacional ou fechamento), deve-se verificar a performance em relação aos limites especificados para cada uma dessas fases.
Assim, deve-se revisar tais limites ao longo do tempo devido a possíveis mudanças de condições que podem sugerir um risco potencial à estrutura.
Portanto, as estruturas geotécnicas não fogem a regra. Por isso, o monitoramento geotécnico dessas estruturas significa observar e registrar regularmente as métricas estabelecidas para aquela estrutura e fase.
Logo, este processo de acompanhamento deve ser considerado como rotineiro e sistemático de acúmulo de informações da estrutura em todos os seus aspectos e com propósitos muito bem estabelecidos.
As falhas em estruturas geotécnicas, na maioria das vezes, são precedidas por sinais ou indicações tais como o aparecimento de trincas ou de descarga de água turva ou contendo sedimentos. Esses sinais podem ser demonstrados por anos ou, em certos casos, em períodos muito mais curtos (da ordem de horas).
Assim, o propósito do monitoramento é identificar esses sinais no comportamento da barragem para que medidas corretivas mitigadoras de riscos possam ser postas em prática antes da ocorrência de consequências indesejáveis.
Logo, um bom sistema de monitoramento deve permitir que a tomada de decisão seja realizada de forma rápida, ou mesmo permitir que a ação seja tomada antes de algo acontecer. Sendo assim, as ferramentas de monitoramento devem permitir que métricas sejam apresentadas de forma visual através de gráficos, mapas e/ou planilhas, permitindo assim a criação de alertas para eventos de anormalidade.
Além disso, tais ferramentas permitem também correlacionar sintomas com as possíveis causas. Outra característica de um bom sistema de monitoramento é que ele deve ser suficiente para atender os mais diversos modos de ruptura de uma estrutura.
“Todo instrumento deve ser selecionado e instalado para responder a questões específicas; se não há perguntas, não deve haver instrumentação”.
João Francisco Alves Silveira, Instrumentação e Segurança de Barragens de Terra e Enrocamento.
No entanto, por serem frutos da engenharia, todos os instrumentos possuem data de validade e indicativos de calibração que devem ser também monitorados. Logo, esses prazos devem ser respeitados de forma a se manter a assertividade dos dados que são de suma importância à tomada de decisão.
Assim, o plano de monitoramento de estruturas geotécnicas deve conter não somente a frequência de monitoramento e inspeção, mas deve, também, considerar um programa de manutenções periódicas e verificações de funcionamento dos instrumentos e até sua substituição no prazo de validade.
